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Wednesday, November 16, 2011

Águas que Instruem


Águas que Instruem
Após ouvir o “Moldávia” de Smetana.
Worcester, Massachusetts 18 de agosto de 2011.

Sentado à beira do lago aprendo que:
A vida pode ser eternizada, ela não é um rio que podemos desbravar,
Os sentimentos do que foi experimentado permanecem,
Materializam-se as emoções, 
Dissipam-se as memórias.
O racional cede passagem para o irracional.

Sentado à beira do rio aprendo que:
A vida passa, ela não é um lago que posso represar,
As emoções do que foi vivido se esvaem,
Dissipam-se as emoções, 
Materializam-se as memórias.
O irracional concede-se ao racional.

Sentado à beira do mar aprendo que:
A vida vem, mas também vai, ela é um constante mover,
Levando e trazendo emoções e memórias,
Dissipam-se e materializam-se as emoções, 
Materializam-se e dissipam-se as memórias.
O racional afunda-se no irracional; o irracional dissolve-se no racional.

Venha e sente-se ao meu lado e posso aprender que:
No fundo dos seus olhos a vida se perpetua no eterno-presente,
As emoções emergem/imergem e a memória não precisa vir à tona.
O racional cala-se e o irracional... (você me diz).

Sunday, November 6, 2011

NOSTALGIA


Nostalgia...
Após ouvir 1° Mov. Nona Sinfonia de Mahler
Worcester, Massachusetts. 13 de agosto de 2011.


Nostalgia é passado que não se vai...
É a insistência por um presente que não existe...
É agarrar-se em uma folha na esperança de saborear o fruto degustado...
Nostalgia, silêncio que grita na alma...

Nostalgia é tentar ludibriar o tempo...
É obstinação com o que se foi a fim de que seja atual...
É soltar-se no pensamento com a certeza de afagar o alento...
Nostalgia, grito que silencia o coração...

Nostalgia é ter a certeza de que o ontem é tão recente como o hoje...
É afirmar que o que não é, porque se foi, é o que é...
É prender-se a aquilo que redime; que liberta o contido hálito...
Nostalgia, sussurro que inquieta a mente...

Nostalgia, o que pode ser pior do que o passado insistindo a sua presença?...
É ter vivido o futuro no presente...
É lançar-se no que não é, porque não veio ainda, a fim de obliterar o que se foi...
Nostalgia, urro ensurdecedor na alma, no coração, na mente...

Nostalgia é revelar que não sou, simplesmente fui, e persistir no quero ser...