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Thursday, September 13, 2012

Sentio... Silentium...


Uma oração Areopagita inspirada por Montaigne, Descartes e Pascal
Worcester, Massachusetts. 13 de Setembro de 2012.
Após ouvir “Darf Ich...” (1995), peça para violino solo, sino e cordas de Arvo Pärt.

Ó Deus como falar do inefável, do indizível, do inexprimível.
Conhecer o incógnito, o desconhecido, o ignorado.
Onde a excelência do saber está no não saber.
Quanto mais sei, mais descubro que pouco sei.
Que mistério é este que te envolve?
Quanto mais de ti, menos tenho?!
Paradoxo: quanto mais menos;
Retorno ao início da jornada: pouco sei!
Confesso amargamente: nada sei!
A única certeza que tenho é a incerteza.
A razão que me informa é a mesma que desola!
Arrazoo que sei, mas sou mestre da ignorância.
Por isto me silencio, me calo, me emudeço.
Recolho-me ao silêncio para contemplar o inominável.
Silencio a mente para ouvir os acordes do coração,
Silentium... Silentium...
Lá tu estás, onde sinto e não penso.
Na música com suas consonâncias e dissonâncias.
Sim, na música: silêncio da razão.
Sentio, ergo sum!
Não tenho pretensão em te anteceder,
Perdoa-me! Mas só te sinto porque primeiro sinto a mim.
Agora te sinto, sinto melhor a mim!
Sentio, ergo sum. Sentio, ergo es!
Porque te sinto, posso sentir também o coração do outro.
Ó Deus! O teu e o meu coração batem juntamente,
Não no meu peito, mas no peito do meu próximo.
Sentio, ergo sum. Sentio, ergo es. Sentio, ergo est!
Silentium... Sentio... Sentio... Silentium...
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